Nasceu em Campos dos Goytacazes no ano de 1891. É um dos sonhadores que honraram a literatura da terra de Azevedo Cruz. Morreu no ano de 1916, em plena primavera da vida, sem ter tido tempo de dar às nossas letras todos os frutos do seu talento. Moço inteligente, seu espírito se deixava empolgar pelas belezas de tudo quanto constituía a natureza pujante da região campista.
Múcio da Paixão em Movimento Literário de Campos, editado em 1924, sobre Heitor Silva, diz: "Conheci-o nos bancos escolares e mais tarde quando o fui encontrar pelos aspérrimos atalhos da vida prática, já o havia assaltado o prurido da poesia. Li então os seus versos e vi que havia neles alguma coisa de apreciável, revelando uma organização poética acentuadamente doentia, como que o pressagiar um fim bem próximo.”
Cristiano Fraga, escrevendo a seu respeito, disse: "Heitor Silva - um grande desalento lírico, oriundo de sua constituição franzina e nervosa sede de cantar alguma coisa inédita, fora dos moldes choramingas um tique burlesco, engraçado e, às vezes, mordaz em sua lira satírica, para espanto da burguesia...”
No livro de Rogério Gomes de Souza, Livro que a vida escreveu, encontramos o seguinte: "Conheci Heitor Silva num encontro fortuito de café. Do nosso encontro surgiu uma camaradagem sincera, que só terminou com a sua morte. Os seus versos esparsos em jornais e revistas daquela época, não colecionados em volume, tiveram a sorte do seu esquecido autor - desapareceram com a morte - efeméride que bem demonstra a miséria de nossas ilusões.
A revista semanal "O Ideal" foi a primeira que estampou as suas primeiras poesias em suas colunas, em final de 1913.
Quando não estava subjugado pela sua musa mórbida, Heitor Silva, quer na prosa quer no verso, cultivava com êxito o gênero satírico e humorístico.
Heitor Silva pesou na publicação dos seus versos num volume que teria por título palavras, mas tal volume nunca veio à luz da publicidade, não obstante Os esforços para isso empregados por seu irmão Alberto Silva, também literato.
Fonte: Revista da Academia Campista de Letras (2009), texto escrito pelo acadêmico Dr. Welligton Paes (adaptado).