Nasceu em Campos dos Goytacazes em 1824. Foi médico ilustrado e, no dizer de Teixeira de Mello, seu amigo – poeta de prodigiosa imaginação e orador de eloquência arrebatadora. Formou-se na Escola de Medicina da Côrte em 1848 e, nesse mesmo ano, publicou as suas primeiras poesias com o título “Delírios Poéticos”.
Múcio da Paixão, que, no seu livro “Movimento Literário em Campos” dedicou 06 (seis) páginas ao festejado poeta e erudito intelectual diz: "Inspirando-se nos nossos feitos heróicos do Paraguai, José Sampaio escreveu um poema intitulado ‘Riachuelo’, considerado a obra prima do bardo campista, e em cujas páginas celebrava a glória dos nossos soldados, empenhados na luta contra as hostes bárbaras de Lopez. Infelizmente, em um momento de febre e delírio, consumido por invencíveis acabrunhamentos, o poeta entregou às chamas os manuscritos do seu poema! Perdeu-se, assim, um livro que certamente, enriqueceria a nossa poesia, tão vigoroso era o colorido das narrativas”.
Continua Múcio da Paixão: "Nas páginas do ‘Monitor Campista’, deixou José Sampaio uma profusa colaboração. Como orador deixou igualmente fama; há ainda quem se lembre dos seus triunfos tribunícios nas salas e na praça pública. Possuindo opulenta imaginação, tinha a palavra quente, espontânea, rica; arrebatava os auditórios, sempre que fazia ouvir o seu verbo flamejante.”
Entre suas poesias patrióticas, recitadas por ocasião da guerra com o Paraguai, quer no Parque dos Voluntários Campistas, quer à chegada da notícia de qualquer vitória das armas nacionais - ficou célebre, e foi por muitos decorada, aquela que começava:
“Paraguaios tremei! Lá vão gigantes
insolências punir de um vil tirano!
Força é, do Guarani, bárbaro povo
Beber o sangue quente da vitória!"
Noticiando a morte de José de Sampaio, escreveu o seu amigo Alvarenga Pinto, pela coluna do "Monitor": “Foi um dos mais denodados campeões da imprensa campista, que soube honrar com luminosos artigos em diversos assuntos científicos e literários. Foi um campista dos mais aclamados, aplaudidos e festejados pelas massas populares."
O seu retrato se vê no grande quadro histórico que se encontra na prefeitura, pintado por Clóvis Arrault e que tem como assunto a partida dos voluntários campistas.
Fonte: Revista da Academia Campista de Letras (2009), texto escrito pelo acadêmico Dr. Welligton Paes (adaptado).