Nasceu no ano de 1866 em Travessão de Campos, onde seu pai tinha uma padaria.
Quando ainda criança já demonstrava alto grau de inteligência. Foi um estudante dos mais aplicados. No curso de Humanidades, que fez em colégios particulares, pois não havia aqui na época estabelecimentos oficiais, sempre se distinguiu, tendo feito um estudo intensivo e concêntrico por orientação de seu pai.
Estudou, primeiro, latim, português, depois francês, por desejo de seu pai e só se dedicaria ao estudo de nova matéria, quando tinha base segura da iniciada. Os seus estudos correram sempre entre dificuldades econômicas e trabalho.
Estudou escrituração mercantil, carreira que abandonou por falta de vocação; pretendeu estudar medicina, ideia que desistiu por falta de recursos financeiros.
Cursou a Escola Normal de Niterói e diplomou-se em 1889, depois de um curso brilhante, pois quando frequentou esta escola já tinha grande prática do magistério que há bastante tempo exercia com proficiência. Era o orador da turma, mas, com a proclamação da República, deixou de ser festiva a entrega dos diplomas. Era um profundo conhecedor da língua portuguesa, que manejava com primor.
Em Campos, Balthazar Carneiro teve o seu próprio educandário - "Externato Carneiro", na rua 13 de Maio, que era bem procurado por famílias da sociedade campista.
Prestou exame para lecionar na Escola Normal e no Liceu de Humanidades de Campos. Foi professor e diretor de ambos educandários.
Como professor, Balthazar Carneiro, marcou época pela sua cultura, capacidade de trabalho, assiduidade e interesse pelos alunos para quem vivia. Era um estudioso e estimulava os seus alunos ao estudo.
Deixou diversas obras didáticas: Gramática Portuguesa, Geografia, Corografia do Brasil, que nunca publicou.
Viveu para ensinar. O professor de várias gerações de estudantes campistas faleceu em sua residência, na rua Lacerda Sobrinho, no ano de 1917.
Fonte: Revista da Academia Campista de Letras (2009), texto escrito pelo acadêmico Dr. Welligton Paes (adaptado).